Entrando no quinto mês de pandemia, os seus efeitos para a economia no Médio Oriente, são cada vez mais evidentes. De acordo com o FMI, os países do GCC/CCG, vão ver a sua economia contrair 7.6% este ano. Essa revisão em baixa, é uma correcção à última revisão do FMI em Abril, bem mais optimista, situando-se nos 3.5% de decréscimo do PIB. Os vários países que constituem os GCC/CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), foram afectados fortemente, mas em graus diferentes, pelo COVID-19. Focando a maior economia árabe, o FMI prevê uma queda do PIB de 6.8%, outra revisão em baixa de 2.8 pontos percentuais. Esta queda acentuada do PIB dos países do Conselho de Cooperação do Golfo, deve-se à demanda mundial reduzida do seu produto principal, Petróleo. Essa demanda reduzida, leva a um preço extremamente baixo do petróleo, a fonte de rendimento principal dos países do GCC/CCG. Como não podia deixar de ser, os ministros das finanças dos países do Médio Oriente, não só prevêem uma queda do PIB menos acentual, bem abaixo das expectativas do FMI, como também vêm o desenvolvimento no futuro próximo, de forma mais optimista. No entanto, olhando para o futuro a questão fundamental aqui não é a queda imediata do PIB, mas sim quando e como se dará a retoma! Com outras palavras, quando é que a economia mundial voltará ao normal, levando à recuperação das economias dos GCC/CCG? Esta questão é de extrema importância, pois só com a economia mundial a um bom nível, esses países vão ter a capacidade de vender o seu petróleo a um preço aceitável. Porém, neste momento temos, por um lado, baixa demanda para o petróleo e armazéns cheios, não falando das tendências de redução e reorientação das políticas energéticas de muitos países, que almejam reduzir a sua dependência de combustíveis fósseis. Por outro lado, todo um sistema de subsídios e regalias para os seus cidadãos, assim como projectos de grande envergadura, que consomem dinheiro cada vez mais escasso, pesam nas contas de estado, e fazem-nos questionar a sustentabilidade do sistema. Pesa ainda, que muitos dos expatriados se estão a afastar, particularmente quadros técnicos e quadros superiores, tornando o custo do trabalho substancialmente mais caro, desenvolvimento que não é novo, mas que se vai acelerar. Neste momento ainda é muito cedo para previsões, mas a recuperação adivinha-se difícil, longa e dolorosa, não só porque muitos países terão que proceder a cortes no sistema caro e de sustentabilidade duvidosa de subsídios e regalias para os seus cidadãos, uma decisão política arriscada e delicada, mas também porque muitos dos países dos GCC/CCG, que até agora não têm quaisquer impostos sobre rendimentos ou IVA, como, por exemplo, o Kuwait, vão ter que introduzir ferramentas fiscais para poderem reduzir o défice orçamental do estado de forma mais eficiente. Noutros países, que já possuem um sistema de imposto, prevê-se que esses sejam aumentados. Mais uma vez isso levará a um aumento do custo de mão de obra e aumentará a tendência de extinguir o modelo "kafil" de imigração. Mas esse desenvolvimento vai também abrir as portas a países como Portugal, com a capacidade de ofertar os seus produtos de alta qualidade a um preço relativamente baixo, com uma excelente relação qualidade/preço. A continuar... ©2020 CSINCONSULT - Todos os direitos reservados
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AutorQuarenta anos de profissão, centenas de projectos e equipamentos, gestão técnica e empresarial, doze anos de Médio Oriente e uma vasta rede de contactos, tudo para partilhar e ao seu serviço. Histórico
Dezembro 2020
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